Um compromisso do presidente Alberto Guerra na sede da CBF, nesta segunda-feira, deve dar uma sobrevida ao técnico Mano Menezes no comando do Grêmio. Ao menos pelas palavras do vice de futebol, o treinador continua no comando até o jogo com o Atlético-MG, domingo, que abre o segundo turno.
A derrota para o lanterna Sport, até então sem triunfos no Brasileirão, em plena Arena, por 1 a 0, foi um duro golpe nos torcedores, que já imaginavam os três pontos e vaiaram bastante ao apito final neste domingo à noite.
Alexandre Rossato fez questão de estar na coletiva ao lado do treinador, para mostrar apoio da direção ao comandante. O vice de futebol reconheceu, contudo, que o desempenho do time não é o esperado e cobrou uma resposta no duro compromisso em Belo Horizonte.
"A gente entende que a mudança (de técnico) não é uma receita exitosa", explicou o dirigente. "O que a gente tem é a certeza de que a manutenção desse trabalho é que vai dar o resultado que a gente precisa", seguiu, contrariando as cobranças da torcida, bastante irritada com Mano Menezes.
"O desempenho (do time) não nos agrada, mas a gente vem acompanhando todo trabalho que está sendo feito. Acreditamos no trabalho. Os resultados não estão chegando, mas estávamos em uma situação muito pior e, essa comissão técnica conseguiu nos tirar daquela situação (em 2024). E nós temos certeza que irá acontecer já no próximo jogo", prosseguiu Rossato.
Mano Menezes evitou encontrar culpados no elenco, disse ser um covarde se fizesse isso e justificou que a derrota veio pelo coletivo e por sua responsabilidade. Admitiu até deixar o cargo caso não consiga reerguer o time. Ele reconheceu que o elenco do Grêmio vem deixando à desejar desde a volta depois do Mundial de Clubes dos Estados Unidos.
"Eu não faço questão nenhuma de disfarçar o que a gente está passando agora. É um momento dos mais difíceis que passamos aqui e da minha carreira. Passei um ano passado bem difícil, situação semelhante. Quando iniciamos era mais drástica. Mas o que preciso dizer ao torcedor, mesmo com a confiança da diretoria, é que tudo tem limite", afirmou, abatido, Mano Menezes.
"Eu tenho de entender mesmo que o torcedor tenha um carinho comigo, o respeito, as coisas não podem continuar assim como estão senão teremos um final muito melancólico e triste e não é a nossa intenção. Quando chegamos, conseguimos dar uma direção e iniciamos essa recuperação. Mas depois da parada (para o Mundial), o time estagnou em sua maneira de jogar. Precisamos rever algumas coisas em curto passo, senão todos entrarão na vala comum e não teremos força de fazer a reabilitação."
O treinador, contudo, assumiu que ainda confia em volta por cima. "Mas aquilo que escolhi tem de ser revisto em alguns aspectos porque a equipe não está conseguindo nem se defender bem e nem atacar bem", admitiu. Precisamos voltar a ser seguros e acredito que uma recuperação passa por uma segurança defensiva e hoje não temos ela", avaliou. "Se não acontecer em curto prazo, não serei eu a atrapalhar. De maneira nenhuma quero atrapalhar."
O técnico explicou qual o seu limite. "Minha parte é entender que eu não tenho mais nada para poder tirar da equipe. Esse é meu limite", revelou, ainda crente em tirar o time da 15ª colocação, sob risco de queda.