O Manchester United resolveu inovar. Nos últimos dias, o dono do clube, Jim Ratcliffe, anunciou a contratação de Michael Sansoni para ser o novo diretor de dados do clube. Acontece que o executivo era simplesmente o ex-engenheiro de Lewis Hamilton na Mercedes. De acordo com Ratcliffe, o objetivo desta contratação é levar para o futebol os métodos que transformaram a escuderia alemã em uma máquina de precisão.
Por meio de seu Linkedin, Sansoni afirmou estar realizando mais um sonho e citou o sucesso enquanto esteve trabalhando na F1. "Tenho muita sorte de ter tido não apenas um, mas dois empregos dos sonhos. Depois de uma temporada fenomenal na Fórmula 1, é um privilégio agora fazer parte do maior clube do futebol mundial", disse.
O ex-engenheiro de Hamilton é formado em Engenharia Aeroespacial, Aeronáutica e Astronáutica com Aerodinâmica Avançada, pela Universidade de Southampton, e trabalhou pela Mercedes durante 10 anos, sendo considerado o principal braço-direito do piloto.
Também por meio de seu Linkedin, Sansoni citou dois progressos significativos como mudanças no departamento de análise do clube após a sua chegada. "Com novas metodologias começando a tomar forma e duas contratações fantásticas, Matheus Cunha e Bryan Mbeumo, já refletindo parte desse trabalho inicial", escreveu.
Outro ponto principal desta que pode ser uma ruptura no setor de análise do Manchester, e refletir em outras equipes em caso de sucesso, é a utilização cada vez mais constante e aprimorada da inteligência artificial. "Juntos estamos construindo uma função de dados e IA de classe mundial para impulsionar a tomada de decisões no futebol e no clube como um todo", comentou o novo diretor do time inglês.
"Acredito que a chegada de especialistas em dados e IA no futebol, como o novo diretor do Manchester United, mostra como a tecnologia pode transformar profundamente o esporte. Assim como trabalhamos para aproximar a relação entre clubes e torcedores por meio da inteligência artificial, trazer métodos inovadores de análise e tomada de decisão é uma iniciativa que eleva todo o setor. Trata-se de uma tendência mundial e, quem não se adaptar, tende a ficar em desvantagem", pontua Sara Carsalade, co-founder da Somos Young, empresa que utiliza IA no atendimento a sócios-torcedores de clubes.
A inteligência artificial está sendo utilizada para encontrar novos talentos no futebol brasileiro. O CUJU é um aplicativo alemão que conta com IA para analisar passes, chutes, agilidade e impulsão dos jogadores. O programa, que está disponível para IOS e Android, consegue captar os vídeos dos exercícios dos jovens atletas e produzir um ranking através da ferramenta tecnológica.
Thaiany Klarmann, brasileira que é chefe de marketing do aplicativo, comenta sobre o trabalho realizado pelo programa: "A plataforma nasceu do desejo de democratizar o futebol. A inteligência artificial veio para ajudar e potencializar o trabalho dos profissionais do futebol, não para substituí-los".