A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou o reforço no monitoramento do condomínio onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpre prisão domiciliar, em Brasília. Nesta terça-feira, 26, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou vigilância do local em tempo integral pela Polícia Penal do Distrito Federal.
Michelle afirmou que o "desafio" de lidar com as medidas cautelares tem sido cada vez maior. "A cada dia que passa, o desafio tem sido enorme: resistir à perseguição, lidar com as incertezas e suportar as humilhações. Mas não tem nada, não. Nós vamos vencer", escreveu Michelle no Instagram, com um fundo que remete às cores da bandeira do Brasil.
O monitoramento 24 horas foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
Moraes diz na decisão que, "considerados os elementos de prova colhidos pela Polícia Federal", assim como o "renovado risco de fuga", "revelam-se absolutamente necessárias e adequadas as medidas de monitoramento pleiteadas, sem que haja qualquer agravamento da situação do réu".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi a favor do reforço no policiamento em parecer enviado ao STF pelo procurador-geral, Paulo Gonet. A vigilância passou a ser feita por equipes da Polícia Penal do Distrito Federal.
O julgamento do ex-presidente está marcado para 2 de setembro, na Primeira Turma do STF. Segundo Moraes, a proximidade da data aumenta o risco de descumprimento das medidas cautelares em vigor.
Na terça-feira, filhos de Bolsonaro também se queixaram do monitoramento ao domicílio do pai. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse no X (antigo Twitter) que "eles não se cansam de criar situações desnecessárias para impor humilhações a Bolsonaro".
Já o vereador em Balneário Camboriú (SC), Jair Renan Bolsonaro, chamou a situação de absurda. "Um senhor de 70 anos, cheio de problemas de saúde, todo remendado, sendo tratado como se fosse um criminoso de alta periculosidade", afirmou na rede social.