DNA encontrado na cena do assassinato de Charlie Kirk é compatível com o do suspeito, diz FBI

Por Redação O Estado de S. Paulo - 16/09/2025 14:50

A amostra de DNA encontrada em uma toalha enrolada em um rifle que estava perto do local onde o influenciador trumpista Charlie Kirk foi assassinado é compatível com a do jovem suspeito do crime, disse o diretor do Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos, o FBI, Kash Patel, nesta segunda-feira, 15.

Os investigadores também usaram provas de DNA para ligar Tyler Robinson, de 22 anos, a uma chave de fenda recuperada do telhado onde o tiro foi disparado, afirmou Patel no programa Fox & Friends da Fox News.

As autoridades de Utah se preparam para apresentar acusações de homicídio qualificado contra Robinson já nesta terça-feira, 16. Kirk era uma figura dominante na política conservadora que se tornou confidente do presidente Donald Trump após fundar a Turning Point USA, uma das maiores organizações políticas do país, com sede no Arizona.

Nota, ideologia e 'cantos obscuros da internet'

Kirk foi baleado na quarta-feira, dia 10, enquanto discursava na Universidade de Utah Valley durante uma de suas muitas visitas a câmpus universitários. O crime ampliou os temores sobre o crescimento da violência política em um país profundamente polarizado como os Estados Unidos.

Autoridades afirmaram que Robinson nutria ódio por Kirk e atribuíram isso a uma "ideologia esquerdista" que havia crescido nos últimos anos. O governador de Utah, Spencer Cox, afirmou no domingo, 14, que a família e os amigos de Robinson disseram que ele passava muito tempo navegando pelos "cantos obscuros da internet".

O diretor do FBI disse à Fox que, antes de cometer o crime, Robinson havia escrito em uma nota que tinha a oportunidade de matar Kirk e que iria fazê-lo. Os investigadores conseguiram recuperar o conteúdo da nota depois que ela foi destruída, disse Patel, parafraseando a nota sem revelar mais detalhes.

No fim de semana, Cox disse que a namorada de Robinson era transgênero, mas as autoridades ainda não sabiam se o suspeito tinha Kirk como alvo por causa de suas opiniões antitransgênero.

O comissário do Departamento de Segurança Pública de Utah, Beau Mason, disse nesta segunda-feira (15) que a parceira de Robinson tem cooperado. "Havia um relacionamento romântico e pessoal entre eles. Ainda estamos investigando se essa pessoa teve algum envolvimento", afirmou Mason.

"Acreditamos que Tyler Robinson agiu sozinho durante o tiroteio", afirmou o comissário, acrescentando que os investigadores estão verificando se alguém mais sabia de seus planos com antecedência.

As autoridades afirmaram que Robinson não tem cooperado desde que foi preso. Elas dizem que ele pode ter se "radicalizado" na internet e que as munições encontradas na arma usada para matar Kirk incluíam gravuras antifascistas e da cultura dos memes. Os registros da investigação mostram que um cartucho de bala tinha a mensagem: "Ei, fascista! Pega essa!".

A prisão

Robinson foi preso na noite de quinta-feira, 11, perto de onde cresceu, em St. George, no sudoeste de Utah, entre Las Vegas e os Parques Nacionais Bryce Canyon e Zion. A defesa do suspeito não foi localizada e a família dele não quis comentar o caso.

As autoridades também revelaram nesta segunda-feira que um homem, identificado como George Zinn, foi preso após o crime porque gritou: "Eu atirei nele, agora atirem em mim". Um relatório preliminar apontou que o homem admitiu mais tarde que só disse isso "para que o verdadeiro suspeito pudesse fugir". A defesa de Zinn não foi localizada.

Desde o dia do crime, especialistas questionaram o nível de segurança do evento, incluindo o número de policiais e a decisão de realizá-lo ao ar livre. Kirk era conhecido por preferir ficar o mais próximo possível dos estudantes durante sua turnê pelos campi universitários, o que lhe permitia conversar com quem estava passando. E a cada parada, seu nível de proteção variava muito.

'Balas não podem impedir a verdade'

As homenagens a Kirk continuam em todo o país. Uma fila de pessoas de luto se formou ao redor do Kennedy Center, em Washington, para uma vigília no domingo, e houve momentos de silêncio em vários eventos esportivos profissionais.

Uma enorme bandeira americana foi pendurada nesta segunda-feira em uma passarela logo acima do local onde Kirk estava sentado antes de ser baleado. Perto de um memorial decorado com flores e bandeiras em homenagem a ele, próximo à entrada da Universidade de Utah Valley, as pessoas escreveram mensagens com giz nas calçadas - principalmente versículos da Bíblia e exortações ao amor, misturadas com mensagens mais severas. "As balas não podem impedir a verdade", afirmou uma delas.

O vice-presidente JD Vance, que considerava Kirk um amigo próximo, atuou como apresentador substituto no programa "The Charlie Kirk Show" desta segunda-feira na plataforma de streaming Rumble.

Vance falou sobre como a viúva de Kirk, Erika Kirk, lhe contou que seu marido nunca levantou a voz para ela e nunca foi "irritado ou maldoso com ela". "A partir daquele momento, percebi que precisava ser um marido melhor e um pai melhor", disse o vice-presidente. "É assim que vou honrar meu amigo." Com informações da Associated Press*.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.