O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), avaliou nesta sexta-feira, 26, o elogio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Leite afirmou esperar que o petista "aproveite" a oportunidade para avançar na construção de soluções para o país.
"Observamos, ao longo dos últimos meses, um comportamento que buscou explorar o conflito para reforçar, inclusive nos slogans do governo, o tema da soberania. É um bom marketing", disse Leite. "Todos nós defendemos a soberania, eu a defendo fortemente, mas, no fim do dia, precisamos construir canais de diálogo."
O governador gaúcho avaliou que o gesto de Trump surpreendeu a todos, já que os movimentos anteriores do ex-presidente americano indicavam dificuldade de diálogo. Destacou, porém, que a surpresa foi positiva e expressou a expectativa de que seja um movimento sincero, com abertura real para o diálogo com o Brasil.
Governador avalia alternativas do PSD para 2026
Eduardo Leite salientou que "as coisas ainda estão se movendo" no cenário eleitoral e defendeu a legitimidade de suas aspirações presidenciais e das do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Mais cedo, no mesmo evento da organização Comunitas em São Paulo, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que o candidato apoiado pelo partido pode ser tanto um deles quanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), decisão que será tomada no momento adequado. Para isso, será preciso aguardar a definição do próprio Tarcísio.
"Não acho que há indecisão (de Tarcísio). Nem vi que ele dizer em algum momento que ele iria (disputar Presidência). Sempre vi ele ressaltando que estará em São Paulo", afirmou Leite. "Tenho muito apreço e respeito pelo governador Tarcísio. Temos muita sintonia em relação a projetos, agenda de parcerias público-privadas (PPPs), concessões, privatizações."
Ele reconheceu ter divergências em alguns pontos, especialmente em relação ao ex-presidente Bolsonaro, mas ressaltou que sempre manteve capacidade de diálogo. Destacou que a política é, justamente, a arte de conversar entre diferentes e não apenas com os próprios aliados.
Na avaliação dele, seja Tarcísio ou qualquer outro, quem quiser vencer em um cenário polarizado precisará ir além de tentar cooptar o centro: será necessário fazer gestos claros e assumir compromissos de razoabilidade e sensatez. Nesse contexto, Leite citou como exemplo sua divergência com Tarcísio em relação à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).