A Embaixada e os Consulados dos Estados Unidos no Brasil anunciaram nesta quarta-feira, dia 1º, a paralisação da publicação de conteúdos nas redes sociais, em decorrência do shutdown no governo Donald Trump.
A embaixada e os consulados comunicaram que o bloqueio orçamentário nos EUA impede a atualização regular das contas no X e no Instagram. Os perfis ficarão inativos "até a retomada total das operações, exceto para informações urgentes de segurança".
Nos últimos meses, os perfis da embaixada reproduziram e disseminaram ao público doméstico brasileiro conteúdos publicados pelo Departamento de Estado críticos a autoridades públicas e ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal.
O Itamaraty reagiu apontando um comportamento inadequado e uma ingerência externa em assuntos domésticos. Embora entenda que a embaixada seguiu instruções de Washington, a chancelaria convocou repetidas vezes para reprimendas o encarregado de negócios Gabriel Escobar, chefe da diplomacia americana no País.
A representação diplomática também indicou que a falta de aprovação do orçamento no Congresso americano poderá afetar a emissão de vistos e passaportes.
A embaixada não indicou o prazo em que isso poderia ocorrer, mas disse que os serviços já programados continuarão até quando for possível.
"No momento, os serviços de passaporte e visto programados nos Estados Unidos e em Embaixadas e Consulados dos EUA no exterior continuarão enquanto a situação permitir", disse o comunicado publicado nos perfis oficiais no X e no Instagram.
O conteúdo foi republicado pelos consulados americanos no Rio, São Paulo e Recife, que responde pelo Nordeste.
O teor da manifestação repete o que outros órgãos de governo fizeram em Washington, entre eles a Força Aérea americana: "Devido à paralisação do governo, este site não está sendo atualizado".
Na Casa Branca, houve suspensão de atividades para receber visitantes. O governo Trump vinculou o shutdown a uma iniciativa do Partido Democrata. A porta-voz Karoline Leavitt disse que os democratas "traíram" os americanos e "desligaram" o governo.