Capitão do Corinthians e ator do gol da importante vitória sobre o Atlético-MG, por 1 a 0, neste sábado, na Neo Química Arena, Maycon mostrou enorme franqueza após o apito final. O volante revelou uma reunião 'quente' no sábado, na qual o elenco reconheceu que vem devendo futebol no Brasileirão e prometeu uma reta final mais "séria." O jogador aproveitou para falar do clima ruim na política corintiana, o que deixa seu futuro em aberto.
Maycon foi eleito o craque do jogo, mas será ausência na próxima rodada do Brasileirão, sábado, em visita ao Vitória, em Salvador. Assim como o lateral-direito Matheuzinho, levou o terceiro cartão amarelo e cumpre suspensão.
A premiação acabou recebida com alívio e nem tanto em tom festivo. "A gente teve uma reunião muito boa ontem, porque nós estamos no Corinthians e essa oscilação não pode existir", revelou o jogador, ao Amazon Prime. "Foi olho no olho. Tem um dado no Brasileirão que não conseguimos vencer duas partidas seguidas, e isso é um dado que no Corinthians não existe", seguiu.
Repetir a arrancada do ano passado, quando saiu da luta contra a queda para vaga na fase prévia da Libertadores parece a meta novamente. "A tabela mostra essas oscilações, por isso estamos onde estamos (12º lugar). Nossa equipe merece estar em um lugar mais acima", avaliou. "Temos de lutar nesses últimos nove jogos que restam para colocar o Corinthians em uma situação melhor. Nosso grupo é um grupo de homens, que sabe da responsabilidade que temos."
Com 36 pontos, hoje seriam sete da distante sexta colocação que vale vaga à Libertadores. Mas com Flamengo e Palmeiras na luta pelo título, há a possibilidade de as vagas aumentarem. Para sonhar, contudo, Maycon pede o fim dos altos e baixos.
"Nossa equipe faz jogos muito bons e, no seguinte, um jogo muito ruim. É uma coisa que temos de buscar, esse equilíbrio. Nem sempre vamos conseguir vencer todos os jogos, mas a nossa atitude, nossa forma de jogar, tem de ser próxima, sempre a mesma. Isso facilita. E não está sendo. É uma coisa que, para esta reta final, a gente tem que se cobrar bastante para buscar esse equilíbrio, que vai ser importante."
Com contrato somente até o fim do ano, em cláusulas de empréstimo do Shakhtar Donetsk por causa da guerra entre Ucrânia e Rússia, o volante só tem acordo com o Corinthians até o fim do ano. Questionado se a meta é permanecer, ele desconversou.
"A minha vontade é terminar o ano bem. A gente sabe de muitas coisas que têm de acontecer, muitas coisas são ventiladas no clube e para eu permanecer tenho de saber como ficará o clube no ano que vem", disse, lembrando do transfer ban corintiano e também da dívida de mais de R$ 5 milhões com os ucranianos.
A turbulência política acabou alvo do camisa 8. "Este ano foi muito turbulento, principalmente na política, e isso preocupa bastante. Ão influencia no campo, mas incomoda pois toda hora tem notícia (ruim) do Corinthians", completou.