O árbitro de vídeo (VAR) corroborou as decisões de Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) na vitória do Flamengo sobre o Palmeiras por 3 a 2 neste domingo, 19, pelo Campeonato Brasileiro. Os palmeirenses reclamaram de um pênalti de Jorginho sobre Gustavo Gómez ainda no primeiro tempo e de uma falta de Pedro sobre Bruno Fuchs, na origem da jogada do segundo gol rubro-negro.
O diálogo entre Wilton e Caio Max Augusto Vieira, encarregado pelo VAR no Maracanã, foi liberado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Antes, a entidade não tornava público checagens como a do jogo desse domingo, em que o árbitro não checa o lance na cabine, à beira do campo, mas modificou seu protocolo após reclamações em clássico com o Palmeiras, também pelo Campeonato Brasileiro.
Na análise da arbitragem, Jorginho colocou apenas uma "mão de apoio" em Gómez, o que não caracteriza por si só a infração. "Para mim, essa mão aqui é só uma mão de referência, não tem impacto. Wilton, pode seguir. Os dois braços dele estão estendidos e não fazem a flexão com impacto para o empurrão", apontou o árbitro do vídeo. A partida ainda estava empatada sem gols no momento do lance.
Já no segundo momento, a checagem do VAR levou cerca de três minutos. Antes de confirmar o pênalti de Fuchs em Pedro, foram analisados duas possíveis faltas. Na cabine do VAR, os profissionais chegaram ao consenso de que ocorre apenas um "encontrão" entre os jogadores, além de entender que Fuchs é quem, efetivamente, busca Pedro na jogada.
"Quem busca é o jogador de verde (Fuchs) o de vermelho", afirmou um dos auxiliares. "Ele vai desviar ou vai parar? Ele (Pedro) para e tem o contato", corroborou Caio Max. O VAR também entendeu que uma possível infração de Danilo sobre Vitor Roque ocorre antes do início da jogada de ataque e, portanto, não deve ser revista.
"Na origem da jogada, não faz parte da fase de ataque e, depois, o Pedro tem um encontrão junto com o defensor. O pênalti está confirmado. O jogador defensor se coloca à frente do atacante, que vai se desvencilhar dele, acabam trombando e deixa o corpo cair. Depois, ele (Fuchs) comete o pênalti pisando no pé dentro da área. O pênalti está confirmado", disse Caio Max.
Contido na entrevista coletiva, Abel Ferreira entendeu que deveria ser assinalado a falta sobre Fuchs, diferentemente da interpretação da arbitragem. "No pênalti, o Bruno Fuchs poderia evitar (a falta), mas temos de ver o que aconteceu antes. Se fosse basquete, era falta de ataque. Pedro dá um empurrão e tira vantagem. E ainda houve falta no Vitor Roque antes. Mas o árbitro é quem decide", pontuou o técnico do Palmeiras.
Além dos lances em questão, Wilton expulsou Piquerez e João Martins, lateral e auxiliar alviverdes, por reclamação após a partida. Gustavo Gómez, capitão palmeirense e que esteve envolvido no lance de possível pênalti, criticou o árbitro e o chamou de "soberbo". Ele também acusou Wilton de fechar o microfone para falar "besteiras" aos jogadores palmeirenses.
"Estou há quase 8 anos no Brasil, meu parecer é que ele (Wilton) tem alguma coisa com o Palmeiras, com o sucesso do Palmeiras. Fico triste, acho ele um grande árbitro", afirmou Gómez. A tendência é que o Palmeiras formalize essas reclamações em relação à atuação de Wilton Sampaio junto à Comissão de Arbitragem da CBF.