O Disque Denúncia do Rio de Janeiro está oferecendo recompensa de R$ 100 mil por informações que levem a polícia até Edgar Alves de Andrade, de 55 anos, conhecido como "Doca" ou "Urso", um dos líderes do Comando Vermelho (CV).
Ele era um dos alvos da megaoperação deflagrada nesta terça-feira, 28, na capital fluminense, que deixou ao menos 64 mortos, entre suspeitos e policiais. No total, houve 81 presos durante a operação.
Segundo o serviço, trata-se da maior recompensa da história do Disque Denúncia, ao lado dos mesmos R$ 100 mil, sem considerar a inflação, oferecidos por informações que levassem a Fernandinho Beira-Mar, em 2000.
O telefone do Disque Denúncia é (21) 2253-1177. O anonimato é garantido. Outra forma de denunciar é pelo WhatsApp anonimizado, no mesmo número.
Quem é Doca?
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, Doca é a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste do Rio, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou Doca e mais 66 pessoas pelo crime de associação para o tráfico. Três deles também foram denunciados por tortura. O Estadão não localizou a defesa de Doca.
Ele é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Havia 34 mandados de prisão em aberto contra o traficante, de acordo com dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).
Doca é apontado como o mandante da execução de três médicos na zona sudoeste do Rio em outubro de 2023. As vítimas foram mortas por engano porque um deles foi confundido com o verdadeiro alvo dos criminosos.
Em maio deste ano, o MPRJ denunciou Doca e outros dois criminosos pelo ataque a uma delegacia em Duque de Caxias. Segundo as investigações, o criminoso teria ordenado a invasão à unidade, no dia 15 de fevereiro de 2025. Eles respondem por tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado, tortura e associação para o tráfico.
Os criminosos tentavam resgatar Rodolfo Manhães Viana, o Rato, preso horas antes da invasão por tráfico e associação para o tráfico, na Comunidade Vai Quem Quer. Armados com fuzis e granadas, os criminosos invadiram a delegacia, feriram dois agentes e torturaram um deles em busca de informações sobre o paradeiro de Rato, que já havia sido transferido para a Polinter, na Cidade da Polícia.
Doca nasceu na Paraíba e foi criado na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. Ele já esteve escondido no Morro do São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense.